É fim, é meio... É começo
Enfim, sai esse blog! Dos planos mais adiados da história, entre tanta hesitação, aqui sua concretização. Entre tantos assuntos que podem nortear suas ideias, e deixá-lo indeciso por anos, eis que visto minhas asas e dou o céu para voarem livres. Só poesia. Só prosa.
E a primeira publicação, vem com a justificativa. Criar necessita, antes de tudo, liberdade. Mas entre milhões de textos, de milhares de temas, de milhões de pessoas, essa liberdade às vezes só acaba interferindo. Assim como Ícaro, que alçou voo muito alto e perdeu as asas, a falta de linhas que limitam nossos pensamentos os deixam a míngua, inconstantes, sem sentido, te levando ao chão. E aí uma ideia boa não passa de palavras desconexas, num infinito universo de papel em branco (àqueles mais resistentes).
Então, a linha que tangencia e ordena este turbilhão de pensamentos se faz necessária: pensar no tal TEMA foi, até então, o empecilho definitivo.
Mas a reposta me veio da forma mais simples possível: aquilo que se gosta. Que se faz com amor. Que, deliberadamente, te faz acordar quando a luz da sua mente acende. E que, neste caso, é a poesia. A harmonia, a métrica, o ritmo, as construções...
Aí que a musa inspiradora, numa visita noturna, me fez acordar. E desse despertar, a primeira postagem que publico. E como TEMA (olha ele presente novamente!), aquilo que sempre motiva o poeta, no sofrimento traduzido em palavras: amor. Espero que gostem!
Sonho de Pirata
Ainda me lembro desse sonho de criança
Toda essa ânsia de dormir só pra acordar
Bravo pirata do navio que assim se lança
Vai desbravando destemido o imenso mar
E carregando a bandeira que balança
Negro estandarte da caveira a tremular
Todo pirata que é atento sempre alcança
Qualquer navio desprevenido pra atacar
É dada a ordem, preparar tripulação
Içar as velas, virar direção pro norte
Aproximar com um só tiro de canhão
Acerta o mastro, é o sinal de boa sorte
Invadir rápido o convés e o alçapão
Entre as lâminas de cara com a morte
Desfere o golpe que perfura o coração
O mesmo golpe que provoca o grito forte
Confere o saque da noite vitoriosa
Os prisioneiros todos sofrem de agonia
O palacete decorado cor-de-rosa
Naquela festa de bebida e zombaria
E eis que surge em sua silhueta formosa
Entre os espólios que a tripulação trazia
Morena loira de palavra tão nervosa
Que o Capitão se apaixonou no mesmo dia
Entorpecido pela imagem da sereia
Trocou navio pelo barco de pescador
Tão pequenino comparado a seu amor
Era o tesouro que ele enterrou na areia
Desenhou mapa da riqueza pra quem leia
Abduzido em ilusão por seu torpor
“Sabes que agora só me acompanha a dor
Aquele que um dia encontrar esta ameia”
Pois mal sabia o Capitão inebriado
Que as sereias sempre voltam pro oceano
E na primeira maré alta deste ano
Deixou pra trás o Capitão no descampado
Hoje não guia mais veleiro tripulado
Não mais carrega o seu título de insano
Que não caiu pelas mãos do pior tirano
Sofreu derrota somente por ter amado.
E a primeira publicação, vem com a justificativa. Criar necessita, antes de tudo, liberdade. Mas entre milhões de textos, de milhares de temas, de milhões de pessoas, essa liberdade às vezes só acaba interferindo. Assim como Ícaro, que alçou voo muito alto e perdeu as asas, a falta de linhas que limitam nossos pensamentos os deixam a míngua, inconstantes, sem sentido, te levando ao chão. E aí uma ideia boa não passa de palavras desconexas, num infinito universo de papel em branco (àqueles mais resistentes).
Então, a linha que tangencia e ordena este turbilhão de pensamentos se faz necessária: pensar no tal TEMA foi, até então, o empecilho definitivo.
Mas a reposta me veio da forma mais simples possível: aquilo que se gosta. Que se faz com amor. Que, deliberadamente, te faz acordar quando a luz da sua mente acende. E que, neste caso, é a poesia. A harmonia, a métrica, o ritmo, as construções...
Aí que a musa inspiradora, numa visita noturna, me fez acordar. E desse despertar, a primeira postagem que publico. E como TEMA (olha ele presente novamente!), aquilo que sempre motiva o poeta, no sofrimento traduzido em palavras: amor. Espero que gostem!
Sonho de Pirata
Ainda me lembro desse sonho de criança
Toda essa ânsia de dormir só pra acordar
Bravo pirata do navio que assim se lança
Vai desbravando destemido o imenso mar
E carregando a bandeira que balança
Negro estandarte da caveira a tremular
Todo pirata que é atento sempre alcança
Qualquer navio desprevenido pra atacar
É dada a ordem, preparar tripulação
Içar as velas, virar direção pro norte
Aproximar com um só tiro de canhão
Acerta o mastro, é o sinal de boa sorte
Invadir rápido o convés e o alçapão
Entre as lâminas de cara com a morte
Desfere o golpe que perfura o coração
O mesmo golpe que provoca o grito forte
Confere o saque da noite vitoriosa
Os prisioneiros todos sofrem de agonia
O palacete decorado cor-de-rosa
Naquela festa de bebida e zombaria
E eis que surge em sua silhueta formosa
Entre os espólios que a tripulação trazia
Morena loira de palavra tão nervosa
Que o Capitão se apaixonou no mesmo dia
Entorpecido pela imagem da sereia
Trocou navio pelo barco de pescador
Tão pequenino comparado a seu amor
Era o tesouro que ele enterrou na areia
Desenhou mapa da riqueza pra quem leia
Abduzido em ilusão por seu torpor
“Sabes que agora só me acompanha a dor
Aquele que um dia encontrar esta ameia”
Pois mal sabia o Capitão inebriado
Que as sereias sempre voltam pro oceano
E na primeira maré alta deste ano
Deixou pra trás o Capitão no descampado
Hoje não guia mais veleiro tripulado
Não mais carrega o seu título de insano
Que não caiu pelas mãos do pior tirano
Sofreu derrota somente por ter amado.
Muito bom!
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